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História » 50 Anos
A criação da Fundação Cultural de Curitiba se mistura à origem do Teatro do Paiol, inaugurado por Vinicius de Moraes, que veio à cidade pela primeira vez para a abertura do espaço, sem contrato escrito, acompanhado de Toquinho, Marília Medalha e o Trio Mocotó. A experiência foi tão marcante para o poeta que ele compôs a música “Paiol de Pólvora”, encantado com o que vivenciou em Curitiba.
A inauguração aconteceu no dia 27 de dezembro de 1971. A vinda de Vinicius e cia. se deu graças à determinação do jornalista Aramis Millarch, então diretor de Relações Públicas e Promoções da Prefeitura. Foi ele quem conseguiu localizar Vinicius em Itapoã, Bahia, na casa de Calazans Neto e convencê-lo a vir a Curitiba. Millarch tinha o aval do prefeito Jaime Lerner que, em seu primeiro ano de gestão, começava a pôr em prática um ambicioso plano urbano que mudou a cara de Curitiba.
O sucesso do evento marcou o início da Fundação Cultural de Curitiba, que só veio a nascer oficialmente no dia 5 de janeiro de 1973. A partir daí, graças a uma série de ações de planejamento, nasceu também uma política de preservação da cultura e da história da cidade, o que contribuiu para desencadear o processo de renovação cultural e configurar a necessidade de uma instituição para cuidar especialmente da política cultural do município.
Neste 2013, aos 40 anos, a FCC está tão impregnada à cidade que fica difícil imaginar Curitiba sem seus teatros, salas de aula e de exposição, museus, publicações, espaços e toda a sorte de manifestações artísticas. Pouca gente sabe, porém, quanta gente ela envolveu nesse período de tempo e quanto talento, esforço, criatividade, inspiração e transpiração exigiu de seus funcionários, muitas vezes anônimos, sempre entusiasmados, vestindo a camisa do grande time cultural.
A ideia de aproveitar o antigo paiol para nele construir um teatro partiu da própria classe artística. A sugestão, apresentada à Prefeitura, encontrou simpatia e apoio no prefeito à época, Jaime Lerner, que viu no espaço o ponto de partida para movimentar a vida cultural da cidade.
Para adequar o espaço, foi chamado o arquiteto Abrão Assad, que manteve as características originais da construção, transformando-a no único teatro de arena de Curitiba. As obras ainda estavam em andamento quando foi marcada a data de inauguração, 27 de dezembro de 1971. Para o evento, o poeta Vinicius de Moraes.
Curitiba, no início dos anos de 1970, ainda não fazia parte do grande circuito cultural do país.Por isso, o anúncio da vinda de Vinicius de Moraes trouxe muita expectativa à população. Após abençoar o espaço com uísque, Vinicius sugeriu o nome de Paiol de Pólvora e, acompanhado por Toquinho, Marília Medalha e o Trio Mocotó, apresentou o show Encontro, que lotou a casa nas três noites seguintes.
Em homenagem ao teatro recém-criado e ao carinho da acolhida, Vinicius e Toquinho compuseram a música Paiol de Pólvora, que remetia tanto ao espaço quanto à liberdade cultural que se almejava, numa referência ao contexto político vigente no país.
Estopim para uma política cultural, o Paiol se tornou o símbolo da Fundação Cultural de Curitiba. A partir de então, foi palco de apresentações musicais e teatrais, além de cursos, palestras, oficinas e inúmeras exposições. Espaço democrático, recebeu tanto os nomes da cena local como artistas consagrados nacionalmente.